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A política em Parintins e o jogo dos caciques

Para os caciques, não importa esconder, maquiar e nem, pelo menos, fingir fazer uma campanha ética, correta e honesta

Redação
Por: Redação Fonte: Redação
30/08/2024 às 20h08
A política em Parintins e o jogo dos caciques
Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE

Curumim*

 

Mesmo não sendo mais habitada majoritariamente por povos indígenas, velhos e novos caciques travam calorosos embates pelo domínio na Ilha Tupinambarana. O que deveria ser uma disputa de propostas e planos de governo, se transformou em um jogo de vale tudo e egos inflamados, onde a ética foi expulsa da mesa para dar espaço suficiente para todos os tipos de cartas possíveis.

Para os caciques, não importa esconder, maquiar e nem, pelo menos, fingir fazer uma campanha ética, correta e honesta. Se é que um dia isso já existiu ou existirá na política partidária. O jogo está posto na mesa e, para os caciques, a hora é agora.

É hora de apressar para concluir obras que estavam paradas há anos, quase virando lendas.

É hora de requentar factóides antigos que podem manchar ou comprometer a imagem dos opositores.

É hora de visitar comunidades onde não pisaram durante anos.

É hora de tomar café e tentar parecer gente do povo, mesmo que prefiram uísque em suas mansões.

É hora dos discursos muito bem ensaiados, com frases de efeito bem escolhidas pelos marketeiros.

É hora de acusar o outro lado de estratégias baixas, abusivas e antiéticas e, ao mesmo tempo, fazer a mesma coisa debaixo dos panos.

O jogo se aproxima do tudo ou nada. E, no final das contas, os cargos políticos que são disputados, que deveriam significar um serviço prestado à população e ao bem comum, virou o grande bezerro de ouro daqueles que têm uma fome insaciável pelo poder, que querem enriquecer e manter os privilégios dos seus grupos, mesmo que seja à custa da exploração do povo, à base do pão e circo, condenando a população a um tempo indeterminado de subserviência e alienação de seus direitos.

Alguma novidade nisso tudo? Pergunta o velho. Curumim sabe que não. O sábio daquele velho livro já predisse: “não há nada novo debaixo de sol”. É a ganância e a vaidade de sempre - a mesminha que eleva e derruba reis e caciques - só que agora de forma mais descarada e vil. E, em se tratando de jogo na política partidária, Nelson Rodrigues avisou que a falta de caráter é que pode decidir uma partida. Sendo assim, quem vai levar essa na ilha?

 

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Teresa Aparecida MelatoHá 5 meses Redenção da Serra-SP Texto brilhante, Porém , triste realidade.
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